SOBRE


CONHEÇA UM POUCO SOBRE O PROJETO DO DIA DA ÁFRICA
O presente projeto está vinculado ao Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal de Roraima (UFRR), que visa: “Conceber e estruturar as atividades de extensão como instrumentos de formação acadêmica, articuladas às atividades de pesquisa e ensino”. Ou ainda: “Consolidar pesquisas, visando o desenvolvimento científico, cultural, econômico, social e ambiental de Roraima, em conformidade com princípios éticos, na busca de excelência acadêmica e articulação com o ensino e a extensão”.

Faz parte da missão do projeto:
  • Conceber e estruturar atividades de extensão como instrumentos de formação acadêmica, articuladas às atividades de pesquisa e ensino, relacionadas ao PPP do Curso de Relações Internacionais da UFRR, (especificamente, às disciplinas de Estudos Culturais; Estudos para a Paz e Diplomacia Cultural).
  • Promover a UFRR como um espaço aberto para todas as formas de conhecimentos, estimulando discussões e ações sobre os saberes tradicionais, populares e multiculturais estimulando seu reconhecimento e integração às políticas de ensino, pesquisa e extensão, proposta trabalhada pelo Centro de Capoeira da UFRR em suas atividades e durante o Festival de Capoeira e Semana da Consciência Negra.

Contextualização da Ação
O programa consiste na realização de atividades acadêmicas e culturais que deverão concentrar-se,
principalmente, no “Dia de África” instituído pela ONU e mundialmente celebrado em 25 de Maio, data que simboliza a luta dos povos do continente africano pela sua independência.

A UFRR promove essa data desde 2014, uma iniciativa dos estudantes africanos da instituição, do Curso de Relações Internacionais e da da Crint e da Prae. É relevante destacar que a celebração desse dia, na UFRR, segue a mesma dinâmica da proposta de estudantes africanos de outras universidades brasileiras, como USP, UnB, UFRGS, UFRJ, UNESP, UFGD, UFAM, etc que igualmente apresentam atividades acadêmicas e culturais nesse relevante dia. A UFRR conta, atualmente, com mais de cinquenta estudantes provenientes de quatorze diferentes países do Continente Africano.

Considerando a Extensão Universitária como o processo educativo, cultural e científico que articula o
Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e
sociedade, o programa denominado “Difusão da cultura africana pelos alunos africanos da UFRR: Conhecer África, um olhar africano” traz para o debate acadêmico a proposta de uma nova perspectiva sobre a África e sua diversidade, que não é mostrada pela mídia e, timidamente, estudada nos meios acadêmicos. 
Por meio da análise acadêmica e apresentações culturais dos estudantes africanos da UFRR, busca-se refletir sobre diversos temas, como por exemplo: a internacionalização da UFRR e a contribuição dos estudantes africanos; a diversidade cultural africana; a influência do continente africano na formação da cultura brasileira; o estudo da História da África; a questão do preconceito e racismo; a África atual, etc.


Relevância acadêmica
O programa visa a construção de uma universidade plural, construída em um ambiente saudável, onde o desenvolvimento científico, cultural, econômico, social da UFRR seja realmente fortalecido pelo processo de internacionalização da instituição. A promoção da troca de saberes, por meio da cultura, entre os alunos intercambistas e a comunidade em geral torna-se peça chave para o bom acolhimento dos estudantes estrangeiros e suas contribuições para a UFRR.

Com o intuito de desenvolver uma ação multicultural, pautada nos preceitos da Educação para a Paz, o programa está construindo, aos poucos, o projeto de um grupo de estudos africanos da UFRR, que pretende contar com a participação ativa dos alunos intercambistas e não intercambistas, professores, técnicos administrativos e membros da comunidade, com o objetivo de promover atividades diversificadas, além do texto acadêmico. Espera-se promover o respeito à diversidade cultural em todos os âmbitos da UFRR e que a instituição promova cada vez mais essa ideia. Entendemos que a educação multicultural, baseada em metodologias diversificadas conseguem construir um ambiente saudável, de respeito e compreensão do outro, valores essenciais em um mundo cada vez mais cosmopolita, em que as sociedades apresentam-se cada vez mais plurais.
Também é importante ressaltar que o programa de difusão da cultura africana apoia a reformulação do ensino escolar brasileiro e com a proposta de convidar pesquisadores que abordam a temática do ensino da História da África, procura diminuir a dificuldade que o sistema educacional encontra-se, atualmente, em tratar essa questão em todos os níveis estudantis, inclusive no Ensino Superior. De acordo com a Lei n. 11645/2008, os estudos sobre a cultura africana passam a ser obrigatórios nas instâncias de ensino, como escrito no parágrafo primeiro:
O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil”.
É importante lembrarmo-nos do papel da UFRR frente ao processo de internacionalização, sua
responsabilidade para com os alunos intercambistas e a rica oportunidade que esses alunos aqui presentes oferecem à sociedade ao compartilharem seus conhecimentos. O apoio a eventos como esse, promove o respeito ao visitante e cria a oportunidade da UFRR desenvolver uma verdadeira diplomacia cultural, um instrumento de ações diplomáticas, baseado nas relações culturais, que visa a aproximação entre os povos, contribuindo para: 
  • o estabelecimento de vínculos acadêmicos e culturais com universidades estrangeiras.
  • a construção de uma imagem positiva da UFRR no exterior, promovendo mais acordos educacionais .
  • o respeito mútuo e a confiança entre os alunos intercambistas e a instituição, estimulando um ambiente saudável, multicultural e livre de preconceitos.
De tal forma, é fundamental criar espaços e eventos para ouvirmos os estudantes e pesquisadores africanos e estudiosos sobre África, aproveitando ao máximo a experiência da troca de saberes, razão primária dos programas de intercâmbios no Ensino Superior. Ao integrar discussões acadêmicas e apresentações culturais, o programa propõe a implementação e difusão de metodologias que promovam o diálogo entre os saberes populares, multiculturais e científicos.



Relevância social:
Um dos objetivos do projeto é sensibilizar a comunidade acadêmica e população em geral para a formulação de um novo olhar sobre a cultura africana, promovendo o debate sobre sociedades multiculturais, relações éticas e fusão de conhecimentos.

Seguindo essa temática, o programa propõe uma metodologia integradora de ensino, que dinamiza o
conhecimento popular e acadêmico e interage mestres de saberes e experiências multiculturais com a
participação de todos os membros da universidade e comunidade. De acordo com a antropóloga americana, Jenifer Crawford, da Universidade da Califórnia em entrevista ao jornal O Globo (fevereiro, 2016): “O sistema que conhecemos (em que o aluno basicamente lê, decora e reproduz) foi criado depois da I Grande Guerra, ou seja, é relativamente novo e precisa ser repensado. O propósito da educação deve ser a participação do indivíduo em sua comunidade, em todo o sistema socioeconômico e cultural em que se encontra. Por isso, é importante pensar a forma de um novo letramento. Um letramento mais complexo, circular, em que os alunos sejam também produtores de conhecimento e que abracem múltiplas experiências, sejam corporais ou o aprendizado de uma nova língua, por exemplo. Quando vim dar aula de Sociologia da Educação na UFBA, conheci professores que se utilizavam da capoeira para ensinar a história afro-brasileira, mas não apenas isso — a proposta deles era de integrar, brincar, “gameficar” a atividade. Vai muito além de mostrar uma foto de arte africana. É integrar essas artes. O importante não é o que se faz, mas a maneira como é feito. Os professores agora tem que se atualizar, para se focar mais nas questões multilíngue e multicultural e, principalmente, na expansão da inclusão à educação. Cada vez mais é preciso ter em mente os conceitos de difusão, conexão, rede. A cultura popular é a solução para a educação. Não que ela seja perfeita, ou suficiente. Não é. Mas os mestres de cultura são os grandes mestres de educação”.

Seguindo esse pensamento, a relevância social do tema está em compreender o papel da UFRR como
elemento de produção de conhecimento e de práticas saudáveis para além dos muros institucionais, em linguagem acessível para todos. E assim, tornar a Universidade um espaço aberto para todas as formas de conhecimentos, estimulando discussões e ações sobre os saberes tradicionais, populares e multiculturais, promovendo seu reconhecimento e integração às políticas de ensino, pesquisa e extensão.

Objetivo Geral
O programa “Difusão da cultura africana pelos alunos africanos da UFRR: Conhecer África, um olhar
africano. Visa promover atividades culturais e acadêmicas como ferramenta de transformação e reflexão social.

Metodologia
Metodologia que integra pesquisa, ensino, extensão e diversas formas de saberes


Resultados e Impactos de 2014 - 2018
O evento agregou mais de 5000 pessoas se interessando à cultura africana, alunos, servidores, estudantes, empresários, escolas de danças, prefeitura de Boa Vista, antropólogos, pesquisadores e muito mais. Aliás, hoje, existe uma valorização da cultura africana no estado de Roraima com cerca de 10 (dez) movimento de valorização destacando principalmente a União Africana RR, o Festejo Africano RR, A academia Passo à Passo, o Coral Sem Cor, o Clube Fale Mais-PROEG. No decorrer desses anos, a aceitação da cultura negra aumentou em Roraima e proporcionou mais de 50 (cinquenta) convites por ano para apresentação de dança afro, oficinas e cultura africana em geral. Vale destacar a felicidade dos africanos da UFRR e dos Roraimenses que já tiveram contatos com eles.


Resultado e Impactos esperados em 2018
Espera se uma maior convivência e interação favorável ao encontro de saberes internacionais.